"as pessoas que tentam tornar esse mundo pior não tiram um dia de folga. Porque eu vou tirar?"
Quando eu tinha onze anos arrumei um emprego numa fábrica. Minha mãe se orgulhava disso e eu também. Mas eu estava errado.
Hoje eu passei numa calçada qualquer do Rio de Janeiro e vi uma criança vendendo cocada. Ela não parecia ter orgulho daquilo. Tinha um semblante entristecido. Sentada num cantinho, talvez quisesse estar em casa. Isso era o certo.
Estava assistindo o filme “Leões e Cordeiros”, dirigido por Robert Redford. Dá um certo desanimo, pensar que os leões estão de terno sentados em alguma sala confortável, comandando os cordeirinhos que se matam em alguma lugar no país ou fora dele.
As crianças que estão numa fábrica, vendendo cocada, ou mesmo se humilhando nos sinais, deveriam estar aprendendo a viver. Recebendo educação. Sendo instruídas como os filhos de judeus, por exemplo, que recebe toda sua cultura desde a infância.
Esses dias eu vi um “apostolo” se vangloriando por conta de uma matéria que dizia o número de evangélicos que há no país. Não há como ser cristão, dizer que somos como Cristo, se as novas gerações crescem sucateadas num gueto medonho de desigualdade.
Enviei um email para um grande líder evangélico há um tempo. Perguntei a ele porque a sua igreja parou de distribuir camisinhas aos pobres. Pois esperava que a igreja dele, sendo grande, pudesse se comprometer em conter o mar de gente que cresce e é lançado no mundo de desigualdade. Ele não me respondeu. Também não voltou a fazer a campanha.
O problema é que essas crianças acabam se tornando adultos sem consciência, educação, ou oportunidades de fato. Só cordeirinhos sobreviventes. Massas teleguiadas pela região, pelos políticos, sistemas… Pelos leões.
Alguém disse que um revolucionário tem sempre um plano de ação. Eu quero mesmo ter um plano. Praticar uma ação efetiva.
Talvez ainda haja uma chance. Talvez possamos ainda aprender e ensinar algo. É provável que o exemplo, do vídeo da menina abaixo, nos inspire a fazer algum tipo de revolução. Que seja pessoal. Talvez local. Quem sabe global. Mas que seja.
Por W.Will Jornalista
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