Voltem ao Evangelho:
Um Protesto de Amor
Esse e-book é a compilação da série "Aos Pregadores da Prosperidade", composta por 12 textos de John Piper. Esses textos podem ser encontrados na nova versão do livro “Let the Nations Be Glad", sem tradução no Brasil. A Editora Cultura cristã publicou a versão antiga deste com o titulo "Regozijem-se as Nações", não contendo esses textos.
Aos que questionarem sobre a importância de falar neste tema, a realidade ao nosso redor responde isto sem muita dificuldade. Nós vivemos em uma triste época em que a (falsa) teologia da prosperidade tomou níveis que nunca imaginaríamos serem possíveis. Nunca os homens foram considerados tão grandes, e nunca Deus foi considerado tão pequeno. Pregações que deturpam textos bíblicos, regadas de emocionalismos, falsas profecias e pedidos aterradores de ofertas são tão comuns hoje que, para muitos, essa só pode ser a realidade bíblica, pois é o único tipo de pregações que vários crentes ouvem durante toda a vida.
Esse lixo de teologia tem destruído muitas mentes. Muitas pessoas têm sido levadas a cair nesses enganos. Até mesmo muitos cristãos maduros têm resíduos desse fermento herético em suas massas. Pergunto: “como ficar apático diante disto tudo?”. Precisamos de homens que se levantem como profetas de Deus, dispostos a confrontar esses (falsos) pregadores que tentam seduzir as ovelhas de Cristo.
Deus levantou John Piper para protestar e chamar-nos de volta para a sã doutrina. Nós, do VoltemosaoEvangelho.com nos juntamos a Ele. Oramos para que mais pessoas possam abraçar esse pensamento.
Você se juntaria a nós nesse protesto?
Equipe Voltemos Ao Evangelho.
A razão pela qual o autor de
Hebreus nos diz para estarmos contentes com o que temos é que o oposto implica
em menos fé nas promessas de Deus. Ele diz: “Seja a vossa vida sem amor ao
dinheiro. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De
maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos
confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o
homem?” (Hebreus 13:5-6).
Por um lado, podemos confiar
no Senhor como nosso auxílio. Ele proverá e protegerá. E nesse sentido, há
certa medida de prosperidade que Ele nos dará. “Vosso Pai celeste sabe que
necessitais de todas elas” (Mateus 6:32). Mas, por outro lado, quando se diz:
“Seja a vossa vida sem amor ao dinheiro. Contentai-vos com as coisas que
tendes” pois Deus promete nunca nos deixar, isso deve significar que podemos
facilmente nos mover da confiança em Deus para nossas necessidades, para o usar
Deus para nossas vontades.
A linha entre “Deus, me
ajude” e “Deus, me enriqueça” é real, e o autor de Hebreus não quer que a
ultrapassemos. Os pregadores deveriam ajudar seu povo a se lembrar e reconhecer
essa linha ao invés de falar como se ela não existisse.
Eliminem os Perigos
de Asfixia
Jesus adverte que a Palavra
de Deus, o Evangelho, o qual tem por objetivo nos dar vida, pode ser sufocado
até a morte pelas riquezas. Ele diz que ele é como uma semente que cresce entre
espinhos: “São os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com...
riquezas... da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer” (Lucas 8:14).
Os pregadores da
prosperidade deveriam advertir seus ouvintes de que há um tipo de prosperidade
financeira que pode sufocá-los até a morte. Por que quereríamos encorajar as
pessoas a buscar exatamente aquilo que Jesus adverte que pode nos deixar sem
frutos?
O que há nos cristãos que
faz deles o sal da terra e a luz do mundo? Não são as riquezas. O desejo por
riquezas e a busca de riquezas têm sabor e aparência do mundo. Desejar ser rico
nos torna como o mundo, não diferentes. Justo no ponto onde deveríamos ter um
sabor diferente, temos a mesma cobiça maliciosa que o mundo tem. Neste caso,
não oferecemos ao mundo nada diferente do que ele já crê.
A grande tragédia da
pregação da prosperidade é que uma pessoa não tem que ser acordada
espiritualmente para abraçá-la; ela precisa apenas ser gananciosa. Ficar rico
em nome de Jesus não é o sal da terra ou a luz do mundo. Nisto, o mundo
simplesmente vê um reflexo de si mesmo. E se eles são “convertidos” a isso,
eles não foram realmente convertidos, mas apenas colocaram um novo nome numa
vida velha.
O contexto na fala de Jesus
nos mostra o que o sal e a luz são. São a alegre boa vontade de sofrer por
Cristo. Eis o que Jesus disse:
“Bem-aventurados sois
quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo,
disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso
galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de
vós. Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo.” (Mateus 5:11-14)
O que fará o mundo saborear
o sal e ver a luz de Cristo em nós, não é que amemos as riquezas da mesma forma
que eles amam. Pelo contrário, será a boa vontade e a habilidade dos cristãos
de amar aos outros em durante o sofrimento, a todo tempo exultando porque seu
galardão está nos céus com Jesus. “Regozijai-vos e exultai [nas
dificuldades]... Vós sois o sal da terra.” Salgado é o sabor da alegria nas
dificuldades. Esta é a vida inusitada que o mundo pode saborear como diferente.
Tal vida é inexplicável em
termos humanos. É sobrenatural. Mas atrair pessoas com promessas de
prosperidade é simplesmente natural. Não é a mensagem de Jesus. Não é aquilo
que ele alcançou com sua morte.