No versículo 2 aparece o primeiro registro da expressão “reino dos céus”, usada 32 vezes nesse evangelho.
Já que ninguém pode entender Mateus sem compreender esse conceito, é oportuno definir e descrever
aqui esse termo.
O reino dos céus é a esfera na qual o controle de Deus é reconhecido. A palavra “céu” é usada para
denotar Deus. Esse aspecto é mostrado em Daniel 4:25, em que Daniel diz que “o Altíssimo” domina
no reino dos homens. No próximo versículo ele diz que o “céu” domina. Onde quer que haja pessoas
que se submetem ao domínio de Deus, existe o reino dos céus.
Há dois aspectos do reino dos céus. No aspecto mais amplo, estão incluídas as pessoas que professam
reconhecer Deus como Soberano. No mais restrito,Mateus 2:17—3:2 estão incluídos apenas os que foram genuinamente convertidos. Podemos descrever isso através de dois círculos:
O círculo maior é a esfera dos que professam; inclui todos os que estão genuinamente sujeitos ao Rei
e também os que apenas professam submissão a ele.
Isso é notado nas parábolas do semeador (Mt 13:3-9), da semente de mostarda (Mt 13:31-32) e do fermento (Mt 13:33).
O círculo menor inclui apenas os que nasceram de novo pela fé no Senhor Jesus Cristo. No
O círculo menor inclui apenas os que nasceram de novo pela fé no Senhor Jesus Cristo. No
reino dos céus, no seu aspecto interno, só entra os convertidos (Mt 18:3).
Juntando todas as referências ao reino na Bíblia, podemos traçar seu desenvolvimento histórico em
cinco fases distintas:
Em primeiro lugar, o reino foi profetizado no AT.
Daniel predisse que Deus suscitaria um reino que nunca seria destruído e que nem passaria para outro
povo (Dn 2:44). Ele também previu a vinda de Cristo para exercer um domínio universal e eterno (Dn 7:13-14; cf. tb. Jr 23:5-6).
Em segundo lugar, o reino era descrito por João Batista, Jesus e os doze apóstolos como estando próximo (Mt 3:2; 4:17; 10:7). Em Mateus 12:28, Jesus disse: “Se, porém, eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós”. Em Lucas 17:21, ele disse: “... o reino de Deus está dentro de vós” ou no vosso meio. O reino estava presente na pessoa do Rei. Como mostraremos posteriormente, as expressões “reino de Deus” e “reino dos céus” são intercambiáveis.
Em terceiro lugar, o reino é descrito numa forma interina. Após ser rejeitado pela nação de Israel, o Rei
retornou ao céu. Mesmo com a ausência do Rei, o reino existe hoje no coração de todos os que reconhecem
o reinado de Jesus e seus princípios morais e éticos, incluindo o Sermão do Monte, que são aplicáveis
a nós hoje. Essa fase interina do reino está descrita nas parábolas de Mateus 13.
A quarta fase do reino é o que poderíamos chamar de manifestação. Esse é o reinado de mil anos na terra
que foi descrito na transfiguração de Cristo quando ele foi visto na glória do seu reino que estava por vir
(Mt 17:1-8). Jesus se referiu a essa fase em Mateus 8:11 quando disse: “... muitos virão do Oriente e do
Ocidente e tomarão lugar à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus”.
A forma final será o reino eterno. É descrito em 2Pedro 1:11 como o “reino eterno de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo”.
A expressão “reino dos céus” somente encontramos no evangelho de Mateus, mas a expressão “reino de
A expressão “reino dos céus” somente encontramos no evangelho de Mateus, mas a expressão “reino de
Deus” é encontrada em todos os quatro evangelhos.
Para todo propósito prático não há nenhuma diferença — as mesmas coisas são ditas a respeito de ambos.
Para todo propósito prático não há nenhuma diferença — as mesmas coisas são ditas a respeito de ambos.
Por exemplo, em Mateus 19:23, Jesus disse que seria difícil a um homem rico entrar no reino dos céus.
Tanto Marcos (10:23) como Lucas (18:24) registram o que Jesus disse a respeito do reino de Deus
Tanto Marcos (10:23) como Lucas (18:24) registram o que Jesus disse a respeito do reino de Deus
(cf. tb. Mt 19:24, que registra um aforismo semelhante usando “o reino de Deus”).
Mencionamos que o reino dos céus tem um aspecto externo com uma realidade interna. O fato
de o mesmo se aplicar ao reino de Deus é mais uma prova de que as duas expressões indicam a mesma
coisa.
O reino de Deus também inclui o falso e o verdadeiro. Isso é visto na parábola do semeador
O reino de Deus também inclui o falso e o verdadeiro. Isso é visto na parábola do semeador
(Lc 8:4-10), na semente de mostarda (Lc 3:18-19) e do fermento (Lc 13:20-21). Para provar que é uma
realidade interna, no reino de Deus somente podem entrar os que já nasceram de novo (Jo 3:3,5).
Um comentário final: o reino não é semelhante à Igreja. O reino começou quando Cristo embarcou no
seu ministério público; a Igreja começou no dia de Pentecostes (At 2). O reino continuará na terra até
esta ser destruída; a Igreja continua na terra até o arrebatamento (a retirada da Igreja da terra quando
Cristo descer dos céus para levar os crentes para casa com ele — 1Ts 4:13-18). A Igreja retornará com
Cristo na segunda vinda para reinar com ele como sua noiva. Na atualidade, as pessoas que estão no
reino, numa realidade verdadeira e interna, também estão na Igreja.
Comentário Bíblico Popular Versículo Por Versículo
Novo Testamento, WILLIAM MACDONALD
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Novo Testamento, WILLIAM MACDONALD
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