Islamismo - Parte 4



O Ramadã        
Dr Salim Almahdy

O Ramadã é o nono mês do calendário lunar muçulmano. Os muçulmanos crêem que o Ramadã é o mais importante e mais sagrado mês do ano, porque eles acreditam que é o mês em Alá revelou os primeiros versos do Alcorão a Maomé. Eles asseveram que do céu, através do anjo Gabriel, Alá revelou o Alcorão. Este ano, o Ramadã vai aproximadamente de 1 de janeiro a 30 de janeiro.

Durante o Ramadã, os muçulmanos jejuam do nascer ao pôr do sol, como parte de um esforço de auto-purificação e aperfeiçoamento. Isto significa abster-se de comida e bebida, inclusive água, durante as horas claras do dia. Os muçulmanos não podem usar nem as suas escovas de dentes durante o jejum. No Egito, como em muitos outros países, os muçulmanos chegam aos seus locais de trabalho mais tarde do que o normal e saem mais cedo.

Quando estão jejuando, os muçulmanos freqüentemente comentam: “Allahoma Enni Saiem”, que quer dizer: “Ó, Alá, eu estou jejuando”.
 Isto é bem diferente do cristianismo, como diz Mateus 6.16: 

“Quando jejuarem, não fiquem com uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os homens vejam que eles estão jejuando. Eu lhes digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa”

Os muçulmanos também acreditam que jejuar durante o Ramadã traz perdão de pecados. Queridos irmãos e irmãs, vamos nos alegrar juntos, pois Deus enviou o Seu único Filho para pagar pelos nossos pecados de uma vez por todas. Não temos mais de viver pela lei para conseguirmos entrar na Sua presença – Ele rasgou o véu ao meio para que pudéssemos entrar na Sala do Trono. Não precisamos de uma justiça própria para obtermos o perdão dos pecados.

O jejum é obrigatório nos países islâmicos; por isso, ninguém pode declarar em público que não está jejuando durante o Ramadã. Na Arábia Saudita, quem ousar admitir que não está jejuando é punido. Sendo o jejum um dos pilares do islamismo, os sábios muçulmanos consideram deixar de jejuar somente um dia do Ramadã um dos pecados mais graves.

Para os adultos casados, o Ramadã também inclui abster-se das relações maritais durante as horas de jejum (as horas claras do dia). As mulheres não podem jejuar durante a menstruação porque o islamismo as consideram impuras para jejuar.

Foi citado por Termizy e outros Imãs (comentaristas islâmicos) que Maomé declarou no Hadith: “Todo aquele que quebrar o jejum, mesmo por um dia, durante o Ramadã sem uma boa razão, nem mesmo toda a eternidade pode compensar”. Durante o Ramadã, os muçulmanos levantam-se bem cedo (uma hora e meia antes de amanhecer) para uma refeição pré-jejum. Normalmente, tomam uma refeição bem forte, evitando comidas salgadas para não ter de beber água durante o dia.

No fim do dia, o jejum é completado com o iftar (a refeição “quebra jejum”), que normalmente inclui tâmaras (pois Maomé costumava comer tâmaras e beber leite), frutas frescas, aperitivos, bebidas e jantar. Mais tarde, à noite, os muçulmanos participam de orações noturnas especiais nas mesquitas locais. Todas as noites, durante o Ramadã, é recitada uma porção do Alcorão nas orações. Durante o curso do mês ele é recitado em sua inteireza.

A noite mais importante do mês do Ramadã é a Noite do Poder. Os sábios muçulmanos discordam sobre exatamente que noite é esta. Segundo a tradução do Alcorão do Rei Fahd para o inglês, alguns achavam que fosse a 23a, a 25a, ou a 27a do Ramadã. A Sura 97:3-5 Qadr declara: “Na verdade, nós revelamos esta (mensagem) na Noite do Poder, e o que poderá vos explicar o que é a Noite do Poder? A Noite do Poder é melhor que mil meses. Nessa ocasião, descem os anjos e o Espírito pela permissão de Alá, em cada mensagem: paz! Até o romper da manhã”.

Normalmente, o Ramadã é um tempo em que muçulmanos convertidos ao cristianismo enfrentam muita perseguição. Em Bangladesh, o correspondente da VdM escreveu: “Estamos no mês do Ramadã… Infelizmente, é um tempo da perseguição mais cruel contra os nossos convertidos do islamismo. Os muçulmanos ficam muito irados porque os novos convertidos não participam mais com eles das cerimônias especiais. Os últimos dias do jejum são os mais poderosos e importantes para eles (a Noite do Poder). É quando os mestres muçulmanos têm mais possibilidade de incitar os tumultos”.

Em Bangladesh, quando uma mulher cristã, Marzina Begum, negou-se a celebrar com os muçulmanos, eles espancaram o seu marido, quebrando a sua perna, e depois roubaram as suas duas vacas. Um dos líderes da aldeia queria casar-se à força com Marzina, mas ela fugiu antes que isto pudesse acontecer. Num outro caso, Hafizur Rahaman foi espancado tão cruelmente que perdeu a audição dos dois ouvidos. Seu rinquixá (tipo de charrete rebocada por uma bicicleta para transporte de pessoas e/ou mercadorias) também lhe foi tirado – era o seu único meio de sustento da família.

O mês de janeiro é um tempo decisivo para se orar pelos muçulmanos, para que muitos deles tenham fome de Cristo. Urge também orar pela proteção e segurança dos cristãos convertidos durante o Ramadã.

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